terça-feira, 24 de março de 2009

Peru - Lima / Cusco / Macchu Picchu

Chegou a hora! A ansiedade que eu estava era a mesma que sentia nas vésperas das excursões do colégio, mas agora foi diferente, de mochila pronta, roteiro na mão e muita, mas muita disposição lá estava eu no aeroporto aguardando meu vôo para o Peru / Lima.
Lima uma cidade de céu cinza, onde a muito chuva é coisa rara, a primeira impressão que tive é que tinha decido na faixa de Gaza, casas sem acabamento algum, algumas destruídas de tão velhas, sem cores, enfim, um lugar feio e com aquela cara de bairros bem pobres.

Bem mas a minha visita a este país era principalmente para conhecer a cultura, as pessoas e os costumes e as famosas construções feitas no passado e não construções atuais.

Já na primeira saída do hotel, percorri as principais ruas e avenidas. Na Plaza Mayor está localizado o Palácio de Governo, a Prefeitura, a Catedral e Palácio Arcebispal, Convento de São Francisco, (arquitetura do século XVI), chegando à zona moderna da cidade, passando pelo exclusivo bairro de San Isidro, (coração financeiro) da cidade e por ultimo o bairro onde estava hospedado (Mira flores) Parque do Amor, com a excelente vista do Oceano Pacífico.

É curioso que não se vê jardins (áreas verdes), a não ser aqueles que são regados todos os dias pela prefeitura em bairros mais “$$$” ou por empresas que fazem seus anúncios nos jardins e se comprometem a cuidar dos mesmos, outra coisa, é que já estava falando muito bem o idioma local. (As aulas serviram para alguma coisa..rs)

Cuzco, tirando o medo de o avião bater nas montanhas ao descer nesse vale já me senti mais acolhido pelo povo. No hotel, um “Mate de Coca” para ajudar com a altitude de quase 3400 mts e uma breve cochilada (orientação dos nativos), passado algum tempo já esta eu pronto para iniciar conhecer esse novo “mundo”.

Os taxis não possuem taxímetros, você negocia a viagem antes de entrar no carro, que na maioria das vezes não passa de S$3 (Soles) a corrida, já percebia nas pessoas, um rosto sofrido, mas de bons corações, um povo extremamente patriota, com suas bandeiras penduradas nos carros, nas casas, pintada nos morros ou desenhada nas grandes montanhas. Chegando ao parque Arqueológico de Sacsayhuaman comecei a me surpreender, depois fui a Quenqo, antigo templo de Puma; Tambomachay, fontes sagradas de vida e saúde; Puçá; Púcara, atalaia que cuidava das visitas à cidade; Fortaleza de Sacsayhuaman, formoso lugar que irradia paz e tranqüilidade e têm enormes rochas de até 4 metros de altura que foram utilizadas na sua construção.

No dia seguinte muito cedo (04h30min) estou de pé com a mochila para pegar o trem sentido a Macchu Picchu. Embarquei pontualmente as 06h55min na estação de Poroy sentido a ultima estação, foram trem horas de trem passando por lugares surreais, uma mistura de cores, rochas, plantas, água e neve, ali meu objetivo não tinha sido alcançado, mas já tinha valido todo o esforço.

Macchu Picchu ou a cidade perdida dos Incas que foi redescoberta e apresentada ao mundo em 1911, (ainda bem que apresentaram ao mundo essa preciosidade!) fiquei simplesmente bobo ao ver aquela perfeição no alto de uma montanha rodeada de muitas outras, o tempo também foi extremamente generoso, o frio lá em cima iluminado por um belo dia de sol, assim, eu não tinha mais o que fazer a não ser admirar e tirar fotos e mais fotos, registrando um momento único e mágico. Em nenhum outro lugar que já estive, senti tanta energia da forma e intensidade que senti neste lugar, até parece papo furado, mas somente entendendo um pouco daquela vida passada e olhando tudo que foi feito em condições extremas, mas com tamanha perfeição você poderá entender.
Infelizmente chegou à hora de voltar, mas ainda confortado por saber que terei todo o percurso de volta com belas paisagens, pessoas boas, solidarias e atenciosas. Estava exausto olhando cada movimento do trem ouvindo musica no meu mp3, quando fui surpreendido por uma musica alta dentro do vagão do trem, sem saber o que estava acontecendo, quando todos já estavam batendo palmas, um homem fantasiado com mascara, roupa típica e com uma lhama começa a dançar e animar os passageiros.

Pronto! O que mais pode acontecer? Ele me chama para fazer um desfile com roupas de uma grife de lá. Se eu fui? Hahahahah mas é claro!(ninguém me conhecia lá mesmo) e outra depois de tanta coisa que aprendi com aquelas pessoas a ultima coisa que iria fazer seria uma desfeita a este pedido.
Essa foi para encerrar a viagem com chave de ouro e trazer boas recordações e muitas historias desse país que, se você julgar pela primeira impressão, com certeza se arrependerá profundamente.

Agradeço a todas as pessoas que diretamente ou indiretamente fizeram com que essa aventura saísse do papel, dos roteiros, sonhos e claro a Deus e a minha mãe forte e companheira.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Chapada Diamantina

A trilha no parque nacional da Chapada Diamantina foi a mais punk que já fiz (Jan/07) até hoje, mas é compensadora por suas belezas naturais em uma região de serras, situada no estado da Bahia, com as mais belas paisagens e com uma vegetação é exuberante.

Chegando em Lençóis, parei em um hotel para descansar de todo rolo do aeroporto (6 horas de atraso) e saborear a famosa pizza na pedra, infelizmente nem deu para curtir mais o maravilhoso hotel (Canto das Águas) construído as margens do rio que corta a cidade, próximo Igreja Nossa Senhora do Rosário e ao mercado cultural.

Bem, o galo acorda bem cedo por lá, (5hrs) e avisa que esta na hora de pegar a mochila e literalmente colocar os pés na estrada ou trilha se preferir. A cada km percorrido uma surpresa, algumas coisas causam espanto de tanta beleza, no total percorri 72km passando por Lençóis, Andaraí, Guiné, Mocugê, Vale do Capão, Geais do Vieria, Vale do Pati e Igatu.

Não vou conseguir mostrar tudo que vi neste lugar, pois algumas imagens estão apenas na minha memória, mas vou descrever rapidamente o que vi e por onde passei nestes dias de muita paz.

Após atravessar o Vale do Capão (10 km), que fascina tanto pela beleza que pela energia que circulam entre seus morros. ( Três irmãos e morro do Pai Inácio) cheguei a Gerais do Vieira (foto).

Foi bem difícil atravessar este imenso platô, atravessado por vários rios, vegetação rasteira e com o sol que não dava trégua, assim, os incêndios destroem anualmente tudo que vem pela frente.
Esta caminhada pelos Gerais do Vieira e do Rio Preto para avistar o Vale do Pati, foi considerada uma das mais belas do Brasil. Agora já em estou em "Beco do Guiné", na Serra do Sincorá, parada para o descanso depois da caminhada de (18 km), mas perto da saída para Mucugê.

Bem, se eu fosse escrever aqui cada lugar, cada coisa que vi neste lugar, essa postagem teria inúmeras páginas, então vou resumir essa maravilha com mais algumas fotos. Se um dia tiver a oportunidade, visite e faça essa trilha, que está muito bem conservada e preservada.

Na foto a cima, tirada de cima do Morro do Pai Inácio, tem os mais bonitos e importantes pontos naturais que merecem ser visitados. São eles: Cachoeira da Fumaça (400 metros de altura), Poço Encantado (Itaetê. A luz do sol, que atravessa o poço, revela águas de um azul indescritível e rochas a 40 m de profundidade), Poço Azul (Nova Redenção - Mergulho Permitido), Pratinha (Iraquara - Possui águas cristalinas impressionantes, oferece atividades como flutuação, tirolesa e mergulho), Poço do Diabo, Cachoeirinha e para mim uma das mais curiosas coisas que já vi é a a cidade de IGATU - A Machu Picchu baiana, as ruínas da vila nem de longe se assemelham as ruínas sagradas dos Incas, no Peru. Coincidências a parte, não precisamente em Igatu, mas em um vastíssimo sertão de "uma cordilheira de montes tão elevados.

Essa ficou literalmente registrada (+ de 700 fotos)rs.. e repito, se tiver a oportunidade, vá, faça a trilha e conheça esse lugar mágico e único. Basta ter um mochila nas costas, bota nos pés e muito espírito aventureiro. Boa Sorte!